PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – Antes de escrever o livro que rendeu a ele a segurança da casa própria, o catarinense Marcelo Labes, de 36 anos, percebeu sua vida ruindo. “Deixei tudo desmoronar, como de fato desmoronou. Estava com aluguel e condomínio atrasados, internet quase cortada e contando com a ajuda de muitos amigos”, lembra.
Labes venceu o prêmio São Paulo de literatura do ano passado com “Paraízo-Paraguay”, um romance histórico sobre a imigração alemã em Blumenau, sua cidade natal. Com o dinheiro do prêmio, comprou o apartamento onde vive, em Florianópolis.
“Estava sem grana após ter abandonado quase dez anos de serviço público. Pensei ‘ou vou de novo entregar currículo para ter um emprego merda ou vou definitivamente escrever e assumir a postura de escritor'”, conta.
“Paraízo-Paraguay” é seu romance de estreia. O escritor já havia publicado poemas e foi finalista do Jabuti em 2019 na categoria de poesia com “Enclave”. Antes do prêmio São Paulo, entretanto, o romance conquistou o segundo lugar do prêmio Machado de Assis, da Biblioteca Nacio