SÃO CARLOS, SP (FOLHAPRESS) – Séculos antes do contato com os europeus, grupos indígenas transformaram parte do deserto do Atacama, no Chile, numa rica zona agrícola, onde era possível colher milho, abóbora e feijão em abundância. O segredo por trás de tal produtividade era o uso do guano, um fertilizante natural que os nativos obtinham na costa do Pacífico.
Esse surpreendente cenário de agricultura intensiva pré-colombiana está sendo redescoberto graças à composição química peculiar das lavouras do deserto.
Os vegetais cultivados no Atacama, mostra um estudo que acaba de sair na revista científica Nature Plants, carregam em seus átomos de nitrogênio uma assinatura tipicamente marinha –o que faz sentido quando se considera que o guano nada mais é que o acúmulo de excrementos de aves comedoras de peixes.</p