BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O chanceler Carlos França deve mudar a abordagem do Brasil na relação com a China, mas manter a agenda conservadora do bolsonarismo na pauta de costumes. A avaliação é de pessoas próximas ao novo ministro, escolhido na segunda-feira (29) por Jair Bolsonaro para substituir Ernesto Araújo.
De acordo com aliados, França deve abandonar a rispidez e o discurso belicoso do antecessor.Diplomata discreto, ele também deve retirar do dia a dia do Itamaraty referências ao escritor Olavo de Carvalho e ao chamado globalismo, slogan político utilizado por movimentos populistas de direita para denunciar uma suposta perda de identidade nacional dos países. Esses gestos, segundo interlocutores, devem enviar um sinal para parceiros estratégicos de que existe uma nova interlocução no Itamaraty.
O maior alvo da repaginação da retórica, no entanto, é mesmo a China, muitas vezes tratada como inimigo por Ernesto. As constantes rixas com o país asiático foram um dos principais motivos que levaram à rebelião do Congresso -principalmente do Senado- contra o agora ex-chance