(FOLHAPRESS) – Quando recebe no consultório meninas grávidas dos seus estupradores, como no caso de Santa Catarina, a psicóloga Daniela Pedroso, 48, vai para o chão com elas e começa a brincar.
“É ludoterapia [psicoterapia voltada para o tratamento psicológico de crianças], como se eu estivesse diante de outra criança com qualquer outra queixa. São meninas que não entenderam o está acontecendo, que foram estupradas”, diz ela.
Há 25 anos no atendimento a vítimas de violência sexual no Hospital Pérola Byington, do governo paulista, Pedroso diz que os danos psíquicos serão mais severos se essas meninas levarem a gestação a termo por falta de acesso a um abortamento seguro e garantido por lei.
Ela diz que o que mais a preocupa hoje são as histórias das meninas que não chegam aos serviços de aborto legal. “São meninas que estão se tornando mães. Crianças tendo crianças.”*Pergunta: O caso da menina grávida de estuprador e que teve seus direitos violados em Santa Catarina chocou o país e expôs uma sucessão de entraves para fazer valer o direito ao aborto legal. Casos assim são frequen